sábado, 26 de novembro de 2011

Todo "dulce de maní" é paçoca ?

Dulce, como vocês já devem ter percebido, é "doce", na tradução do espanhol para o português. Já Maní, em grande parte da América do Sul, significa "amendoim". Então, temos aqui um doce de amendoim. Ou mais precisamente, a famosa paçoca !"Dulce de maní", com frequência aparece nas embalagens de paçoca, seguindo uma tendência da indústria brasileira: trocar produtos com os nossos "vecinos" (Argentina, Paraguai, Uruguai e por aí vai).

Tudo bem, isso é maneiro e tal, massssss (aí vem a polêmica !), o que é um doce de amendoim afinal ? , vamos supor que um cara foi na dentista e botou uma "massinha" no dente. Vejamos o suposto diálogo:

- Está listo (pronto). Pero no comas nada que sea demasiado sólido - Diz a dentista.
- ¿Yo puedo comer dulce de maní?
- Sí, no hay problema.


Aí eu pergunto: e se for um pé de moleque !? É... acho que o dente do hermano não vai ficar muito bom, não...
É normal que isso aconteça, pois todo idioma possui riquezas e... pobrezas ! Por exemplo, "sabonete" não tem uma tradução precisa para o espanhol. Já que o vocábulo jabón pode ser "sabão" ou "sabonete". Entretanto, como eu já havia dito, todos idiomas têm seus pontos fortes e fracos, portanto, o nosso português também não é o bambambã das línguas.

Pergunto pra vocês: qual é a tradução de shampoo ? Eu tento: "sabonete líquido capilar". Nada convincente, ? Mas aí que tá ! Isso é uma das principais pistas de "pobreza verbal" (de faltar palavras precisas), o uso de vários vocábulos para substituir uma única palavra ou o uso de expressões metafóricas, como a catacrese batata da perna (panturrilha), e claro, há vários outros exemplos! Mas, para dulce de maní, haveria outro "agravante": a palavra é muito vaga...

Há também o fato de esses doces (pé de moleque e paçoca) serem típicos do Brasil, por isso dá pra entender essa dificuldade na tradução. Aí eu até pensei em algumas alternativas como "pazoca", seria uma espanholização , trocado o cê cedilha (não existente no espanhol) pelo "z", zeta (assim como acontece com azúcar). Já pé de moquele, em tradução livre, poderia ser "pié de chico" ou "pié de muchacho". Mas são apenas sugestões, claro ! hehe

Acho que já está de bom tamanho, é isso ! Então, quando comprarem dulce de maní, espero que se lembrem dessa postagem. Ah, e lembrando: a paçoca é nossa, é do Brasil ! Bra sil sil sil !

domingo, 6 de novembro de 2011

A origem de "olé" e "ola" no futebol

Eis mais um texto da nossa seção Etimologia! Bem, e como vocês sabem, aqui, eu faço comentários sobre a origem de alguma palavra. A última, foi "poleiro", que à primeira vista não parecia fazer sentido. Entretanto, depois que descobrimos que no nosso português mais antigo havia o vocábulo polo (com timbre fechado, não tem nada a ver com Pólo Sul ou Pólo Norte, hein!), as coisas ficaram mais fáceis: polo  = frango.
(DVD do desenho "A Vaca e o Frango", na sua versão em espanhol da Espanha.)

O morfema -eiro sempre possui relação com o seu radical (como todos os morfemas), exemplos: galinheiro e galinha; poleiro e polo; frangueiro e frango. (Então... ihhhh! Polo e frango são sinônimos, mas com o morfema -eiro, tornam-se palavras com significados totalmente diferentes!)

Então, como vocês sabem, "frangueiro" no futebol é o goleiro que levou um gol bobo. O frango, aquele mesmo, que é engraçadão quando ocorre com o rival, mas quando é com o time que nós torcemos... a gente fica boladão! Ó, mas já que estamos falando de futebol, é melhor que encerremos logo essa história de "poleiro" e que nos concentremos de vez em falar sobre o esporte mais popular do mundo. Pois falar de futebol será importante para o objetivo desta postagem: falar da origem de olé e ola. Então, para mais informações, liguem para o número dos desenhos animados 5555-5555 (falar com o Frangolino) ou cliquem aqui: A origem de "Poleiro"

Meu caro leitor e minha cara leitora, se você chegou até aqui, meus parabéns! Talvez tu tenha caído aqui via pesquisa no glorioso Google, digitando as palavras-chave do título desta postagem (ou não) e... tcharã ! (onomatopéia daquela musiquinha legal). Apareceu este belo blog aqui... Mas aí, não perde a paciência, não ! Continua lendo, falou?(Bola da bandeira mexicana, uma águia faminta devora a serpente!)

Mas agora, sim! Finalmente! Vamos falar da etimologia da palavra olé. Bem, essa interjeição vem do espanhol. É... isso parece ser bem óbvio, ? Já que a palavra também nos faz lembrar das touradas e alguns outros esteriótipos hispânicos. Mas aí, há uma história sobre olé (não falando de jornal argentino, não, hein!) que explica a sua "emigração" do espanhol para o português.

No final da década de 50, o super-hiper-ultra-mega timaço do Botafogo foi participar de um torneio no México. O Fogão era "apenas" a base da seleção brasileira campeã do mundo e, num jogo contra o famoso clube argentino River Plate, aconteceu... pobres hermanos! Aí a torcida méxicana gostou do espetáculo do Glorioso e começou a gritar oléééé (em espanhol se pronuncia olê.) Os dribles do Garrincha eram sem iguais! (nem preciso falar mais nada, você com certeza já viu os vídeos dele) O adversário "passava igual uma vaca" (donde será que veio essa expressão? Olé era só para touros hehe)
La ola também veio do espanhol, e a tradução é "a onda". Na Copa do Mundo de 1986, realizada no México (olha ele aí de novo) a ola deu um hola para o mundo e daí se popularizou em vários países, inclusive aqui. A ola foi um grande marco da Copa de 86. Assim como a vuvuzela foi um marco à Copa de 2010, na África do Sul. Por falar nisso, é bem provável que haja a palavra vuvuzela nos próximos dicionários, sendo o sinônimo de "corneta" (assim como ocorreu com ola e olé, a língua é viva!) É incrível como o futebol e os estrangeirismos podem mudar o nosso idioma, ? É show de bola isso!

Então, é isso, as "irmãs" olé e ola são estrangeirismos espanhóis, que vieram para enriquecer o nosso vocubulário futebolístico no português, dando um "tempero" a mais nos nossos estádios e na torcida pelo nosso time do coração.

iHasta la próxima!