quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A morte de Eduardo Campos e as teorias da conspiração

O ditado popular "sete é conta de mentiroso" até existe, mas infelizmente os sete mortos e os sete feridos da tragédia ocorrida na cidade de Santos hoje de manhã são de verdade, aliás, uma verdade muito triste.  Entretanto, mesmo sendo verdade, tudo isso tem tanta inverossimilhança à primeira vista, tanta cara de ficção,  que chegamos inclusive a nos perguntar: Como é que pode? Como pôde?  Ué,  até ontem à noite no Jornal Nacional, ele demonstrava ter bastante vitalidade e motivação com a sua campanha. Isso tudo não pode ter virado fumaça, metaforicamente, e muito menos literalmente!

No ano passado, eu já havia publicado aqui neste blog um texto sobre a incredulidade inicial em relação à morte, que às vezes pode surgir. Nessa época, Hugo Chávez tinha morrido. Mas esqueçam o que eu disse ano passado! Pois o que aconteceu hoje com Eduardo Campos é muito mais chocante e histórico que o fato do ano passado. Então, vamos voltar falar das notícias do, até hoje de manhã, candidato à presidência da República Eduardo Campos.

Quando os fatos começaram a ser apurados pela mídia, por volta do meio-dia, eu estive numa espécie de "gangorra do otimismo". Eu explico:  primeiramente, eu fiquei triste quando soube que o Eduardo Campos tinha sofrido um acidente de avião, porém depois foi dito pela repórter da Globo que havia sete feridos por causa do acidente. Ou seja, eu pensei: "então houve sobreviventes!" Por um instante, eu quis acreditar ainda na improvável sobrevivência de Eduardo Campos à queda do avião.

Mas era verdade! Verdade! Houve mesmo sete feridos, sobreviventes, mas não eram as pessoas que estavam no avião, mas sim as do chão! Já os que vinham do céu, no avião, todos morreram, setes pessoas também, por coincidência. Que droga! Uma verdade difícil de aceitar, mas o irônico é que muitas pessoas preferem acrescentar mais "verdades", como se tivessem alguma espécie de "poder místico", "profético" ou sei lá o quê.

Por exemplo, teorias da conspiração, o povão adora: "Ah, o PT tá por trás da morte do Eduardo Campos ou a Globo... blablablá." E o pior é que muita gente parece ter fé nessas teorias conspiracionistas mesmo, fé parecida com a da "Copa roubada pro Brasil". Ou seja, uma fé baseada em nada, sem nenhuma evidência de fato...

Bom, e pra concluir: eu iria apertar o número 40 pra eleger o Eduardo em outubro na urna, mas acho que o meu número vai continuar sendo 40! Só que, agora, será com Marina sozinha mesmo (com todo respeito a quem entrar na chapa do PSB com vice dela). Mas, enfim, força, família do Eduardo Campos! Força, pessoas próximas dele! Força, Marina! Força pra todos, até a próxima

sábado, 26 de abril de 2014

A transitividade verbal e as consequências de nossas ações

Xô, teias de aranha! Saiam do meu blog!
As nossas ações podem atingir alguém ou algo, mas também podem não atingir ninguém, nenhuma pessoa mesmo ou coisa. Tudo dependerá do tipo de ação que é praticada. Dormir, por exemplo, seria algo que necessariamente tem que atingir outra pessoa ou coisa para acontecer? Claro que não! (deixando  de lado eventuais roncos, talvez! hahaha) Mas, enfim, falando sério,  eu posso falar perfeitamente "eu dormi", e pronto! The end! Poderia até acrescentar as palavras "ontem", "à noite" ou "agora" à frase, é verdade, mas  a frase não tem necessidade de continuação para ser compreendida de fato. Além disso, tais palavras (ontem, à noite e agora), mesmo se fossem acrescentadas à frase, indicariam o tempo em que o descanso ocorreu, mas nada além disso.

Por outro lado, todavia, se nós fôssemos usar o verbo matar no mesmo exemplo, aí, sim, necessariamente, teríamos que atingir algo ou alguém, pois a ação de matar sempre vai precisar de um alvo, de um objeto. Ou seja, o verbo matar é bem diferente do verbo dormir! Por isso eu não posso falar só "eu matei" ou "eu matei ontem/ à noite/ agora". É óbvio que eu tenho que ir além disso que foi dito e informar às pessoas sobre o que ou quem eu matei! Só assim a ideia será expressa mesmo.

1) O quê?

"Eu matei um escorpião!" (num pesadelo :D)
2) Quem?

"Eu matei o Scorpion!" (no videogame ou num pesadelo também hahaha)
Como nós vimos nos exemplos acima, a ação de matar, para que aconteça de fato, necessita de algo ou alguém que sofra as consequências da ação. Por isso o verbo matar é diferente do verbo dormir, pois o matar não necessita só de alguém praticando a ação verbal, mas também necessita de alguém que receba essa ação praticada.

Matar é um verbo transitivo, porque tem que fazer um percurso, tem que transitar até que atinja algum objeto.  Mas toma cuidado com essa nomenclatura gramatical, hein! "Objeto", aqui, não é apenas aquilo que é inanimado e sem vida, não!  Na sintaxe, é chamado de objeto aquilo que recebe uma ação verbal, completando o sentido do verbo.  Por isso os objetos podem ser pessoas, animais, pessoas animalizadas, animais personificados, vegetais, minerais, extraterrestres, deuses ou qualquer outra coisa MESMO! No exemplo 1, o animal escorpião foi o objeto da ação verbal "matar" enquanto no exemplo 2  o personagem Scorpion foi o objeto . Ou seja, um animal e um personagem fictício, respectivamente. Mas, como eu já disse, tudo pode ser um objeto, basta sofrer uma ação necessária para complementar o significado de um verbo (complemento verbal).  Sendo assim, até mesmo  um substantivo abstrato como "charada" pode ser definido como um objeto: "Eu matei a charada".
dormir é uma ação que não transita, porque é finalizada em si mesma, não alcança nada nem ninguém, não ultrapassa o espaço ocupado pelo próprio praticante dela e, pelo fato de não transitar,  esse verbo é classificado como intransitivo. Ou seja, o verbo dormir, por si só, já é completo de significado e não precisa de um complemento verbal, não precisa de um objeto que seja atingido etc.